Taxa Mista vs Variável: O que compensa agora em Portugal?

Durante décadas, Portugal foi o país da Europa mais viciado na Taxa Variável. "Indexado à Euribor" era a norma. Mas os anos de 2022 e 2023 traumatizaram muitas famílias, e os bancos responderam com um novo produto estrela: a Taxa Mista.

Em 2025, a oferta de taxas mistas é muito agressiva. Bancos oferecem taxas fixas promocionais (por 2 ou 3 anos) muito abaixo da Euribor atual.

Pontos Chave (Key Takeaways)

• Taxa Mista: Fixa o juro por um período (ex: 5 anos) e depois passa a variável. Oferece segurança temporária e, muitas vezes, um juro inicial mais baixo.
• Taxa Variável: Indexada à Euribor (3, 6 ou 12 meses). Flutua. Historicamente mais barata, mas com risco ilimitado.
• O "Desconto": Muitos bancos oferecem taxas fixas de 2,5% ou 2,9% para captar clientes, enquanto a Euribor ainda ronda os 3% ou 3,5%.

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1. Como funciona a Taxa Mista?

É um híbrido.

• Fase 1 (Fixa): Durante 1, 2, 5 ou 10 anos, paga uma TAN (Taxa Anual Nominal) fixa. Sabe exatamente a prestação.
• Fase 2 (Variável): No fim do prazo fixo, o crédito transforma-se num crédito normal indexado à Euribor + Spread.

A vantagem competitiva

Os bancos querem segurança. Para o convencer a fixar, estão a oferecer taxas de entrada ("teaser rates") muito atrativas. Exemplo:

• Euribor + Spread (Variável): 3,8%
• Taxa Fixa a 2 Anos (Mista): 2,9%

Neste cenário, escolher a Mista poupa dinheiro imediatamente e garante que a prestação não sobe nos próximos 24 meses.

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2. O Risco da Euribor

Se escolher Variável, aposta que a Euribor vai descer rapidamente. Se a Euribor cair para 2% no próximo ano, a Taxa Variável ficará mais barata que a Mista (2,9%).

• Variável = Liberdade para beneficiar das descidas (mas sofrer as subidas).
• Mista = Proteção contra subidas (mas perde se houver descidas drásticas).

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3. A Mobilidade Bancária (Transferência de Crédito)

O mercado português é muito dinâmico na transferência de crédito. Muitas pessoas escolhem agora uma Taxa Mista a 2 ou 3 anos apenas para "passar a tempestade". A ideia é: "Fixo agora que está barato. Daqui a 3 anos, quando passar a variável, logo vejo como está o mercado e mudo de banco se necessário".

Esta estratégia é válida, mas exige que mantenha a sua "empregabilidade bancária" (bons rendimentos, sem dívidas) para poder mudar de banco no futuro.

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4. Qual escolher?

• Escolha Mista (2-5 anos) se: Valoriza a estabilidade a curto prazo e a taxa oferecida for inferior à Euribor atual. É uma escolha defensiva inteligente.
• Escolha Variável se: Tem uma boa folga orçamental, acredita que os juros vão cair a pique e não quer ficar "preso" a uma taxa fixa se o mercado mudar.

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5. Conclusão

Em 2025, a Taxa Mista a prazos curtos (2 a 5 anos) é provavelmente o produto mais equilibrado para a família portuguesa média. Protege contra choques, muitas vezes poupa dinheiro no imediato, e não hipoteca o futuro a 30 anos.

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